Sete Homens e Um Destino (The Magnificent 7, 2016) | Crítica
23:03:00Matheus R. B. Hentschke
O remake de Sete Homens e Um Destino apresenta um
elenco estrelar, uma direção de peso e um projeto ambicioso, ao trazer um dos
clássicos do Western novamente para os cinemas. O enredo traz um pequeno
vilarejo desolado pelos desmandos de Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard) e seus
pistoleiros, em que uma corajosa fazendeira Emma Cullen (Halley Bennett)
contrata os serviços de Chisolm (Denzel Washington) e de um grupo por ele selecionado para expulsar os malfeitores da região.
Muito mais do que uma refilmagem, Sete Homens e Um Destino é uma homenagem ao gênero do Velho Oeste. Há presente todos os elementos existentes na infinidade de filmes com essa temática: o cenário com o seu clima árido e ausente de vida, a pobreza e a miséria de uma região às margens do governo central, a constante tensão presente no meio de homens que só sabem respeitar a lei da força e em que para sobreviver àquele lugar é preciso saber ter um gatilho rápido e preciso.
Além disso, todos os personagens-tipo que construíram meio século de histórias do gênero estão presentes nas mais diversas etnias e perfis, desde o homem negro com um passado misterioso e sedento por justiça, até a presença de um homem branco galanteador que está apenas atrás da próxima aventura. As cenas clássicas também se encontram na direção de Antoine Fuqua (Dia de Treinamento e Invasão à Casa Branca), com seus planos abertos ao galopar dos cavalos e seus pistoleiros, bem como o clássico duelo de armas. Para auxiliá-lo, Mauro Fiore, diretor de fotografia recorrente em suas obras, dá as cores necessárias e o tom certo para a obra.
Entretanto, alguns detratores da película acusam-na de se omitir da discussão racial, tão presente naqueles tempos e tão em voga nos dias de hoje. Infelizmente, tais pessoas não perceberam que a obra de Fuqua não está para gerar grandes reflexões filosóficas e interrogações morais, mas sim reavivar a emoção presente em um gênero praticamente extinto, ainda que muito rico. Mesmo assim, o diretor foi sensível e responsável o suficiente para não se abster de tais questões e montou um elenco diverso em etnias - com brancos, asiáticos, latinos, negros e indígenas figurando entre eles - bem como uma incipiente ilustração dos preconceitos da época sendo superados por qualidades pessoais vistos no personagem asiático Billy Rocks (Lee Byung-hun). Confira uma entrevista com o elenco.
A alma, contudo, de Sete Homens e Um Destino está
em seus personagens. Não seria possível estabelecer um filme ágil e carismático
como esse sem a presença de um elenco de tão forte presença, no qual poder ver Denzel
Washington e Ethan Hawke em ação, bem como Vicent D'onofrio e Chris Pratt é
impagável. Destaque também para o antagonista Bogue (Sarsgaard) com seus
maneirismos e atitude afetada que auxiliaram na construção de uma real ameaça.
Cada personagem possui sua característica marcante,
como em uma brincadeira com o gênero, ficando marcante a voz estranhamente
aguda do personagem Jack Horne (D'onofrio) e os truques e galanteios de Josh
Faraday (Chris Pratt). Sem dúvida, um dos melhores blockbusters do ano, de
fácil acesso ao grande público, ainda que sem abandonar a qualidade necessária
para um bom filme. Antes o cinema pipoca seguisse esse caminho, do que as
falhas tentativas de ser mais do que realmente é.
Nota: 7,0 / 10
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Nota: 7,0 / 10
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